21 de julho de 2009

Tão simples...

Temos uma fabulosa constituição... extensa, demorada.
Temos leis, decretos, portarias, despachos, normas.
Temos ministérios, delegações, institutos, comissões, grupos.
As leis são doutas e pois que todos o são também. Todos opinam, dão pareceres. Todos merecem ser ouvidos. Falam, pensam, escrevem, decidem...
Alguém quer usar um explosivo, porque é um industrial da pedra, tem uma pedreira, precisa de pedra e a pedra não se extrai à dentada. Não, não usa turbante, é um homem de família.
- Posso usar explosivos? Sussurra o homem.
Vocês, doutos engenheiros, experientes agentes da autoridade. Vocês, simpáticas meninas sem respirar debaixo de tanto decreto. Vocês, chegados de Bruxelas adeptos da morte à colher de pau.
Vocês então, em uníssono respondem:
- Nem pensar!
Então alguém, saído da sanita de mármore ainda ofuscado pelo granito negro da parede, entra e fecha a porta do seu gabinete, e a placa dourada "fiscal" fica algum tempo a baloiçar. Lá dentro alguém aplaude, com uma palmadinha nas costas...
- Parabéns, soube que encostaste aqueles gajos da pedra à parede. Desta não se safam!

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